Amor – Renúncia e Caridade
“Concebemos a Lei de Umbanda como a parte atuante na Terra, das Hierarquias Constituídas. Interpretamos a Lei de Umbanda como o movimento destas Hierarquias Constituídas que originam mensageiros ou trabalhadores espirituais que são os espíritos chamados de “Caboclos e Pretos-Velhos”, Orixás Intermediários, Guias e Protetores e que, portanto, representam a Lei de Umbanda.
O caminho que nos apontam é o do Amor, no duplo aspecto da Renúncia e da Caridade, não por nossa palavra apenas, pois nos consideramos muito aquém deste Amor-Renúncia. Traduzimos a palavra como simples e despretensioso veículo destes “Caboclos e Pretos-Velhos” que muitos desprezam, pensando serem eles calapalos ou xavantes ou pobres negros africanos egressos de encarnações recentes, pois que só pensam ou têm em mente a visão de “mestres orientais”, sem quererem dar crédito quando afirmamos que estes mestres são os mesmos que se envolvem em outras roupagens. Eles não fazem escolhas pessoais, quando se trata de fazer a caridade ou incrementar a evolução das coletividades humanas.
Sabiamente se adaptam à mística, pelo relevo moral e espiritual, étnico, místico, social e religioso de cada povo ou raça.
O objetivo é atingir o estado de renúncia, porque é a forma de dinamizar a própria matéria orgânica, pelas vibrações do espírito, nos aproximando do Cristo, realizando gradativamente o Cristo em nós.”
W.W. da Matta e Silva
Livro: Mistérios e Práticas na Lei de Umbanda
Gazeta de Limeira, Ano 90, nº 19.809, 04/12/2020, pág. 04