Ramificações
“A Umbanda não foi e nem será codificada, pois tem como uma das principais missões, o atendimento primário, ou seja, face-a-face. Os entendimentos e vivências humanas são múltiplos; como atendê-los com orientações programadas? A Umbanda adapta-se ao local em que está. Utiliza recursos e arquétipos fluídicos regionais de apresentação, conforme a localidade em que está sediada. A Umbanda é criada e moldada de acordo com o local que é praticada. Por isso os vários tipos de Umbanda. Portanto, quanto à diversidade (ramificações e/ou sub-grupos), está tudo certo, sendo esse o caminho da Umbanda, pois se assim não for, não servirá para atender o povo. O que não pode ser feito, é descaracterizar uma ramificação umbandista a bel prazer, dando-lhe cunho particular, dizendo posteriormente que “segue” àquele sub-grupo, só que de maneira diferente, porque os tempos são outros.
Diz Pai Joaquim de Aruanda: “… Umbanda é centro a centro; é trabalho a trabalho; porque de um trabalho para outro pode mudar a diretriz da casa. Hoje o povo pode fazer isso, amanhã não pode. A Umbanda é criada para quem está sentado naquele dia, naquela hora. E o Espírito não precisa defender o Preto-Velho ou o índio; ele tem que buscar aquilo que precisa às pessoas que estão sentadas. A Umbanda é dos Espíritos, mas não é feita para os Espíritos; é feita para a matéria. Então, quando você me pede para fazer uma codificação, para falar cada nome que é, impossível; porque cada coisa aqui é uma coisa e num outro centro desta cidade vai outra”. “… Tudo está perfeito. Tudo. Tudo o que acontece é obra de Deus, e Deus é a perfeição. Então, mais do que certo ou errado, tudo está perfeito. Nada acontece fora da hora. Nada tem uma repercussão maior ou menor do que deveria ter. Não nos cabe julgar nada. Nos cabe viver a coisa com perfeição”.
Todas as formas de Umbanda estão corretas. Só devemos escoimar da Umbanda o supérfluo, as superstições, os totemismos, os fetichismos, as idolatrias, os cultos desgastantes e primaristas, os despachos e oferendas disparatados, as magias estranhas e descabidas, e procurar seguir os ensinamentos de Jesus, o trabalho edificante de reforma íntima, a caridade desmedida, todos pautados na razão e no bom senso.”
Padrinho Juruá – Livro: Umbanda – A Manifestação do Espírito para a Caridade
Gazeta de Limeira, Ano 94, nº 21.006, 22/11/2024, pág. 06
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